quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Bem vindos.


Sejam bem vindos ao Blog.
Aqui concentrarei todas as novidades.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Promoção Registro 64.75


A autora Paula R. Cardoso Bruno e o Clube das Canecas vão presentear um sorteado com um volume autografado do romance policial Registro 64.75 e mais uma caneca exclusiva do livro.

Siga o regulamento e participe.

1. Curta a fan page da autora Paula R. Cardoso Bruno
2. Curta a fan page do Clube das Canecas
3. Clique na aba Sorteia-me e clique em participar.
4. Compartilhe publicamente a imagem da promoção mencionando 5 amigos e os convidando a participar da promoção.


Saiba mais sobre o livro aqui.

Todos os livros da autora á venda Clube dos Autores e em Ebooks aqui no Blog

O sorteio será realizado quando a fan page da autora chegar às 350 curtidas, então compartilhe e convide quantos amigos puder!

domingo, 20 de janeiro de 2013

Registro 64.75

O primeiro romance policial da escritora Paula R. Cardoso Bruno chega repleto de aventura, perigo, tensão, mas como sempre, muito romance.
A estória se passará entre Brasília e o Rio de Janeiro, mas em vários trechos a protagonista viajará por outros cantos do país. Helena, uma delegada da Polícia Federal brasileira que viveu um momento trágico no início da adolescência, traça um futuro para si mesma e o persegue com determinação e vigor. Se torna a melhor, a mais temida, uma profissional no mais alto nível, mas não contava com o acaso. Sempre rodeada por colegas de trabalho não dá chances ao amor e é exatamente quando se permite um momento de descontração e relaxamento, que o encontra. Em um cruzeiro ela conhece Henrique, um homem desconhecido mas que não se intimida, é tão forte e competitivo quanto ela, decidido e que se apaixona.
Não será nada fácil, mas quem sabe o que pode acontecer?
Ação... Paixão... Aventuras e surpresas te esperam em Registro 64.75.





Leia agora o primeiro capítulo desse incrível Romance Policial



A Juventude Roubada

A minha família nunca teve muitas posses, como o meu pai dizia, mas com muito esforço conseguimos comprar a nossa casinha própria e um carro zero, apesar de popular. Meu pai, um bancário e a minha mãe, uma secretária, não tinham condições de manter todo o luxo dos nossos vizinhos. Morávamos em Brasília, num bairro de classe média chamado Asa Sul, mas não tínhamos realmente o mesmo nível que os nossos vizinhos do Lago Sul. Ao nosso lado direito morava o dono de uma rede de mercadinhos que se espalhou por quase todos os bairros de classe média. Do lado esquerdo morava um alto funcionário do governo, mas não tão alto para cruzar o lago e ir se misturar com os deputados, senadores e ministros. Eu conhecia todo mundo, estudávamos no mesmo colégio, mas eu me sentia deslocada. Enquanto a maioria chegava de motorista ou de carona com os pais naqueles carrões, eu ia de ônibus mesmo e quase sempre chegava atrasada. A diretora nem chamava mais os meus pais, via no meu rosto vermelho depois da corrida do ponto até o portão da escola, o motivo do meu atraso. Transporte público nunca foi o forte da minha cidade, quem morava lá andava de carro mesmo. Os meus pais tinham acordo com os amigos e pegavam carona dividindo o combustível. No final do mês saía mais barato, aquele era objetivo número um dos meus pais.
Fazíamos de tudo para economizar durante o ano todo e viajar nas férias para a casa de parentes em outros estados. Eu tinha uma tia no Rio de Janeiro, um tio na Bahia e uma no Rio Grande do Norte. O irmão mais novo da minha mãe tinha morado conosco por alguns anos enquanto terminava a faculdade de advocacia, mas acabou passando para um concurso público e se mudou. Eu adorava ir à casa dele, era muito mais descontraído, o bairro mais amigável. No meu sempre tinha aquele homem de nariz em pé achando que era mais que os outros.
Tínhamos a nossa vidinha normal, eu tinha a minha rotina escola-casa e não reclamava. Na minha casa tinha uma piscina pequena, mas que eu me refrescava com as amigas nos dias quentes e um pequeno quintal onde a minha mãe cultivava as suas plantas com o maior gosto. Aquilo era a sua distração nos finais de semana e o meu pai ajudava quando não estava estudando, almejando um emprego melhor. Eles faziam de tudo para me dar conforto e segurança, trabalhavam muito para aquilo.
Ia tudo bem quando o meu mundo desabou.
Era uma quinta feira quente, véspera de um feriado e como sempre acontecia no início do mês, meu pai pediu a pizza favorita de todos e de sobremesa uma média meio a meio de chocolate e banana com canela. Colocamos um filme para assistir enquanto esperávamos o interfone tocar e o meu pai contava animado que estava esperando o resultado de mais um concurso. Ele nunca desistia e pelo gabarito achou que teria grandes chances daquela vez. Se ele passasse, teríamos condições de comprar outro carro para a minha mãe e eu não precisaria ir de ônibus todos os dias. Seria ótimo para todo mundo, mas as coisas foram bruscamente interrompidas.
– Chegou! – Minha mãe disse animada quando ouvimos o interfone tocar.
– Vou buscar. – Meu pai avisou.
– Vão arrumando aí... Não esqueça de pegar o gelo. Deixa que eu vou. – Ela disse e foi o seu erro.
Estávamos sentados na sala esperando quando ouvimos o primeiro grito. Não era a pizzaria, eram bandidos querendo assaltar a nossa casa. O meu pai levantou correndo e me mandou ficar abaixada no canto, mas um dos bandidos entrou e lhe deu um soco tão forte que o meu pai caiu desacordado. Outro, o que dominava a minha mãe, a amarrou e a colocou sentada no sofá. Eu tremia muito de medo enquanto a minha mãe gritava para não me fazerem mal, foi a minha sorte. O segundo homem apenas me amarrou também e depois o meu pai. Foi horrível.
Eles revistaram a casa toda, não deixaram nada no lugar. Durante toda a noite ficavam discutindo e procurando dinheiro e joias que não tínhamos. As únicas coisas de valor eram as alianças dos meus pais e um colar herdado pela minha mãe. Eles tinham penhorado tudo para conseguir o dinheiro para a compra da casa e o resto eram dívidas. Os meus pais falavam, mas eles não acreditavam e me ameaçavam o tempo todo. A nossa esperança era a entrega da pizza, mas era um motoqueiro novo que não nos conhecia e entregou a pizza ao bandido.
Por volta das seis e meia da manhã a Janaína, nossa ajudante, chegou de mansinho como sempre e acabou me vendo amarrada e com a boca tapada. Eu arregalei os olhos e indiquei com a cabeça que era para ela sair, foi o que ela fez. Os bandidos não a viram, mas ela acabou chamando a polícia que chegou menos de meia hora depois. Pudemos ouvir a sirene ecoando do lado de fora. Um dos bandidos acabou me pegando como escudo e colocou a arma na minha cabeça. Eu tremia muito, estava morrendo de medo por mim e pelos meus pais. O outro bandido ficava com a arma apontada para eles os acusando de ter chamado a polícia.
– Mamãe te ama, filha. – Minha mãe sussurrava para mim.
– Deixem a minha filha ir, por favor. – Meu pai implorava.
– Cala boca! – O bandido de camisa vermelha que apontava a arma para os meus pais ordenou bem nervoso.
– A casa está cercada! – Uma voz vinda de fora avisou.
– Vagabundo denunciou a gente. – O bandido que me segurava resmungou e apertou o meu pescoço me fazendo gritar.
– Vamos negociar. – O policial gritou de fora da casa.
– Temos que cair fora. – O bandido de camisa vermelha murmurou para o que me segurava.
– Sem a grana? Não! Nos cantaram a parada. Vamos pegar a grana e sair pelo portão dos fundos.
– Não temos portão dos fundos. É apenas um muro. – Minha mãe disse.
– Queremos a grana! Abre o bico e fala logo. Sabemos de tudo... Vocês são ricos! Fala sério! – O de camisa vermelha rosnou.
– Sou bancário! – Meu pai arfou.
– Sou secretária. – Minha mãe contou.
– Mentira! Vocês são donos daquela loja de carros na avenida principal. – O bandido de camisa vermelha debochou.
– Não! Olha o meu carro, rapaz. Ainda estou pagando. Somos pobres, cara! Vocês pegaram a família errada! – Meu pai arfou.
– Que merda, cara! Carro popular. – O bandido avisou furioso depois de olhar pela janela que dava para ver a garagem e o fundo da casa. – Muro atrás, mané! Temos que cair fora antes que entrem aqui.
– Atendam o telefone e vamos negociar. – O policial gritou do lado de fora.
– Por favor. Deixem a minha filha sair. – Minha mãe implorou chorando.
– Não! – Gritei.
De repente tudo aconteceu e foi rápido demais. Uma sombra passou na janela e ouvimos o primeiro disparo. Um tiro vindo de fora atingiu o bandido que me segurava, mas ele acabou atirando também e acertou a minha mãe antes de cair. O bandido de camisa vermelha se desesperou e começou a atirar sem parar quebrando os vidros da janela, um deles atingiu o meu pai. Algo me dominou naquele momento, o medo foi suprimido de alguma forma e agi. A arma do bandido que me dominava estava no chão ao seu lado, então a peguei e pela primeira vez na minha vida senti o peso de uma arma, o peso e a sensação do primeiro tiro.
– Ahhh!!! – Gritei e descarreguei a arma no bandido que tinha matado o meu pai.
Eu simplesmente não consegui me controlar. Enquanto a arma não ficou vazia eu não parei. Ele caiu, mas eu não parei. Fiquei com muita raiva, a sede de vingança me dominou. Eu via tudo vermelho na minha frente, a sala da minha casa estava cheia de furo nas paredes, vidros quebrados no chão, sangue no tapete e no sofá.
– Calma. – Um policial pediu e abaixou a minha mão quando se aproximou por trás e eu ainda apertava o gatilho, mas não tinha bala.
Depois daquilo a minha casa foi invadida por muitos homens com roupa da polícia e armas em punho. Eles arrombaram a porta achando que poderia ter mais algum bandido e começaram a revistar a casa. Eu ouvia vozes gritando que a casa estava vazia, gritos do lado de fora, sirenes ecoando.
– Mãe! Pai! – Gritei quando vi os seus corpos no chão e aquelas poças de sangue manchando o chão.
Nunca imaginei que o sangue fosse algo tão viscoso. Abraçada aos seus corpos, chorei as suas mortes e me sujei com o sangue que me deu a vida. Eles não mereciam aquilo, não mereciam uma morte tão horrível. Uma policial me tirou de lá dizendo que a perícia tinha que trabalhar, mas eu não queria sair. A Janaína, ajudante da casa estava do lado de fora e me abraçou forte me agradecendo pela sua vida. Se eu não a tivesse mandado sair, ela também poderia estar morta. Ela avisou ao irmão mais novo da minha mãe e ele também estava lá, foi ele que me pegou no colo quando desmaiei. A verdade que eu estava sozinha e órfã me dominou e eu me desesperei. Sem os meus pais, o que eu faria da minha vida? Eles eram tudo para mim.
Quando acordei, vi que eu estava deitada na cama de um hospital com ele ao meu lado. O meu tio prometeu que cuidaria de mim, que a sua casa seria a minha a partir daquele dia.
Alguns dos meus amigos da escola foram até o hospital naquele dia, mas não puderam entrar. Um delegado me visitou e pediu que eu relatasse o que tinha acontecido, mas o meu tio, que era advogado, pediu um tempo para mim e marcou o depoimento para dali a dois dias, eu precisava enterrar os meus pais, pensar o que seria da minha vida. Ele estava apenas cuidando de mim e eu agradeci muito. Eu não entendia nada dos preparativos de um funeral e nem que os meus pais cuidavam realmente de tudo. Eles tinham um seguro que cobria aquilo e muito mais. O meu pai o tinha feito no banco onde trabalhava. Foi só o meu tio acionar e o seguro cuidou de tudo por mim, de tudo que eu não teria coragem e nem sabia como fazer.
Na manhã do dia seguinte, depois da minha primeira noite já na casa do meu tio, segui no carro dele para o velório. Estava lotado dos amigos e parentes que puderam ir. Os meus pais eram muito queridos, muito amados pelos amigos. Eles me prometeram apoio e conversaram muito com o meu tio. Eu não conseguia entender nada, só via aqueles dois caixões com os meus pais deitados. Tremi muito quando me aproximei, o meu tio disse que eu não precisava, mas eu quis me despedir. Eles tinham implorado pela minha vida, sempre diziam que eu era a continuação da deles e foi lá, aos pés das suas últimas moradas que prometi, a eles e a mim mesma, que eu lutaria contra a violência, que faria de tudo para garantir a minha segurança e de todos que eu pudesse ajudar. As lágrimas escorriam dos meus olhos enquanto eu murmurava e uma força me mantinha de pé, mas não consegui resistir ao sepultamento. Foi muito difícil ver que tudo tinha acabado, fiquei sem chão e sem saber bem o que fazer. Parecia um pesadelo, foi estranho.
– Vamos para casa. – Meu tio pediu quando fiquei sentada olhando os homens do cemitério terminando o sepultamento.
– Mas eles ficarão sozinhos aqui. – Arfei. – A minha mãe nunca gostou de ficar sozinha.
– Eles estão juntos, Heleninha. – A Janaína me disse.
– Para onde eu vou? Para casa?
– Para a casa do Ulisses, querida. O seu tio ficará tomando conta de você.
– E as minhas roupas? Meu material da escola? – Perguntei confusa.
– Vamos cuidar de tudo assim que a polícia liberar a casa. – O meu tio me prometeu. – Mas até lá você ficará comigo.
– Tá.
Aquele foi o primeiro dia da minha nova vida. O plano de um curso de inglês se desfez, o sonho de uma faculdade de letras virou fumaça. Quando cheguei à casa do meu tio ele me avisou que na segunda eu teria a minha primeira consulta com uma psicóloga para me ajudar a superar aquele primeiro momento. Eu perguntei como viveria já que sem os meus pais eu não teria como me sustentar, mas acabei descobrindo muitas coisas. Os meus pais tinham seguros de vida no nome de cada um em separado e eu era beneficiária em todos. Fiquei meio em choque, claro. O meu tio tinha conhecimento de tudo e me mostrou todos os documentos. Os meus pais confiavam a ele aquelas coisas e eu nem tinha conhecimento. Não era à toa que vivíamos sempre no limite das despesas, eles pagavam os seguros da casa, do carro, de vida e mais uma poupança em meu nome que eu só poderia tocar depois dos dezoito anos.
Mesmo tão novo, com apenas vinte cinco anos, o meu tio era um homem inteligente e muito centrado. Ele realmente cuidou de tudo para mim. Como eu era menor, precisava de um tutor. Como ele tinha emprego fixo e casa própria, a justiça aceitou o pedido de guarda e passei a viver com ele. Como era previsto, pedi e ele vendeu a casa onde morávamos por uma mixaria. Todo mundo sabia o que tinha acontecido, mas eu queria mesmo era nunca mais ter que passar por lá. Ele fez a mudança das minhas coisas para a sua casa e depois que a psicóloga me liberou, voltei para a escola.
Eu não sabia, mas eu era o comentário geral. Todo mundo sabia que eu tinha atirado nos bandidos, as meninas me olhavam estranho e até pareciam ter medo, os meninos também não se sentiam confortáveis. A diretora me chamou na sala dela no primeiro dia e me encheu de perguntas, desconfiavam que eu já tinha atirado alguma vez. Aquilo desencadeou um crise emocional em mim, a psicóloga teve que ser chamada porque eu não parava de chorar. Vi no banheiro das meninas uma caricatura minha e com o dizer “Assassina” em baixo. Uma semana depois o meu tio me transferiu da escola e ainda processou a diretora. A psicóloga disse que ela não devia ter falado aquelas coisas para mim, estava muito recente e em momento algum houve uma desconfiança da parte da polícia. Eu apenas tentei salvar a minha própria vida. A perícia e as investigações em nenhum momento tiveram dúvidas de que eu seria a próxima a morrer se eu não tivesse atirado primeiro.
Na nova escola eu cheguei a ser reconhecida por algumas pessoas, mas não fui destratada ou houve comentários estranhos. Como eu passei a receber a pensão dos meus pais, pude estudar num colégio melhor e fazer todos os cursos que eu queria. O meu tio não me negava nada, apenas me aconselhava. A minha opinião era sempre a final, mas ele nunca deixava de expor o seu ponto de vista. Na maioria das vezes ele tinha razão, adolescente com muita grana não poderia ter muita noção mesmo. Mas numa coisa sempre entrávamos em acordo, ele me apoiou cem por cento quando decidi fazer artes marciais e defesa pessoal. Era uma forma de eu desestressar e aprender a me defender de tudo. A psicóloga também achou uma boa ideia e foi lá que encontrei o meu caminho.

(...)

Águas - Capítulo I

Depois de mais de quinze anos guardado a sete chaves, Águas chega agora para você recheado de romance, ação e ficção.
O primeiro livro de romance/ficção da escritora Paula R. Cardoso Bruno te levará ao incrível mundo de Águas, mas primeiro você conhecerá a protagonista dessa linda estória de amor e como ela reencontrou Patrick, seu verdadeiro amor.
Seja bem vindo ao mundo de Águas...
Pamela tem vinte oito anos e mora sozinha em Copacabana no Rio de Janeiro, ela adora nadar, mais especificamente, ela adora nadar no mar. Isso, mesmo depois de ter sofrido um grave acidente em alto mar quando adolescente.
Em uma viagem pela Europa com sua família, Pamela caiu de uma barca que se chocou com outra que fazia um percurso pelo canal da Mancha, entre a Inglaterra e a França. Ela tinha quinze anos e a viagem foi um presente. Pamela ficou desaparecida por dias deixando todos muito preocupados. O consulado Brasileiro foi alertado para ajudar sua família naquele momento de dor e, a pedido deste, as marinhas da França e da Inglaterra começaram as buscas, mas não a encontraram.
Pamela não se lembra de quase nada do acidente, apenas que despertou no hospital depois de ser resgatada desacordada em Nantes, uma cidade dentro da Baía de Biscaia, na França. O que mais intrigou as autoridades é que a corrente marítima corre exatamente no sentido contrário e que Pamela não poderia ter sobrevivido à tamanha distância. Ela foi simplesmente achada depois de uma ligação feita ao consulado informando que uma moça com suas descrições foi achada.
Fotos de Pamela haviam sido divulgadas na TV de toda Europa e do Brasil.
Depois desse dia, sua vida tomou um rumo completamente diferente.

Cap. 1 - Meu Refúgio

Com vinte oito anos, eu realmente acreditava que Deus olhava por mim. Eu morava em Copacabana, no Rio de Janeiro. Não era um apart de luxo, nem ficava em uma das ruas mais chiques, movimentadas e famosas do bairro que todos cobiçavam. Nada daquilo era importante para mim... O importante era que ficava perto da praia e eu podia ir caminhando.
Meu apartamento nem deveria ser chamado assim, ele era na verdade uma espécie de estúdio. Tudo ficava praticamente num mesmo cômodo, mas ele tinha lá seu charme. Do meu quarto eu podia ver a sala e a cozinha. Só o banheiro tinha sua própria porta garantindo a privacidade e a névoa do banho quente que eu adorava. Encontrar aquela relíquia foi um achado.
Uma das minhas amigas, a Liza, era design de ambientes e me ajudou a arrumá-lo da forma mais funcional possível para mim. Como eu morava sozinha e não mantinha empregada fixa, precisava me policiar para manter tudo arrumado e em ordem, ela foi perfeita naquilo.
O estúdio era bem pequeno em relação aos grandes aparts da região, mas era bem maior que uma das quitinetes do prédio ao lado. A Liza conseguiu uns móveis modernos, lavadora de roupa com secadora, lava louças, geladeira com freezer combinado, fogão de mesa e um microondas que era uma espécie de forno elétrico também. Tudo do mais moderno e funcional. A solução para um escritório foi um tipo de beliche, só que na parte de baixo eu tinha tudo organizado. Era onde eu mantinha o meu laptop, impressora, scanner, modem e tudo mais que eu usava em casa, e que precisava no trabalho também, tudo perfeitamente iluminado. Eu precisava daquilo tudo porque muitas vezes eu trabalhava em casa ao invés de ir para a empresa. Eu dormia na parte de cima do beliche que tinha o tamanho de uma cama de casal. Como o estúdio tinha um pé direito de mais de três metros, a Liza colocou duas TVs também, uma na sala e a outra magicamente suspensa sobre a minha cama presa numa espécie de giro-visão que ficava preso no teto e descia na direção do pé da cama. Assim eu podia assistir TV enquanto estava deitada, o que eu adorava. A da sala ficava mais para quando eu recebia os amigos, o que era coisa rara. Eu gostava da minha privacidade e as reuniões com eles aconteciam normalmente na praia, no shopping ou quando saíamos para dançar ou jantar fora. A Liza foi simplesmente perfeita e uma ótima amiga, como sempre. A primeira vez que eu entrei no apartamento estava em busca de um novo lugar para morar, ela foi comigo, se apaixonou de cara pelo lugar.
– Pam, que máximo! – A Liza me arfou assim que entramos no estúdio.
– Sei lá, Liza. – Disse. – É estranho. Veja. Não tem divisão de ambientes. Quando fizer uma fritura aqui na cozinha, o sofá lá do outro lado vai ficar todo engordurado.
– Depurador, Pam. – A Liza meio que resmungou parada na minha frente com os braços cruzados. – Já ouviu falar? E microondas? Conhece?
– Não tenho grana, amiga. O que eu tenho mal dá para comprá-lo, ainda mais tudo isso que ronda nessa cabeçinha.
– Deixa comigo.
– Deixa contigo? O que é? Ganhou na loteria e nem avisou aos amigos? – Ri ao perguntar.
– Aposto que o pessoal da revista ficaria louco com esse espaço. – Ela disse abrindo os braços e girando pelo ambiente. – Ficará perfeito.
– Amiga? Oi, estou aqui! Não tenho grana!
– Esse banheiro... Bem, ninguém merece isso aqui, é minúsculo, Pam. Mas se a gente derrubar essa parede aqui e aumentar um pouco ficará perfeito. – Ela dizia e tirava fotos de tudo com o celular. – Meu editor vai enlouquecer!
– Do que você está falando? – Perguntei a segurando pelos braços.
– Espera um minuto. – Ela disse e começou a falar no celular.
– Não estou entendendo nada. Você é louca. – Resmunguei e fui olhar pela janela.
Olhando pela janela era possível ver a praia no final da rua, aquela localização era exatamente o que eu queria. Sendo perto da praia, eu poderia ir a pé todos os dias para nadar antes de ir para o trabalho. O condomínio não era lá muito caro, mas tinha elevador, porteiro e interfone apesar de ser um prédio antigo, mas tudo era um sonho. O lugar estava sujo, empoeirado, parecia abandonado havia anos, sem falar que custaria uma pequena fortuna para que aquilo ficasse habitável.
Como a Liza trabalhava em uma revista de design interno, na mesma hora ligou para o seu editor e contou que tinha encontrado um lugar perfeito para o projeto que ele, coincidentemente, havia comentado algumas semanas antes. Eu ouvia tudo confusa, não entendia o que o meu estúdio tinha haver com a revista dela. Ela começou a sorrir e concordar com algo que o editor falava enquanto eu caminhava pelo lugar.
– Isso aqui é mais do que perfeito, dá para fazer tudo o que imaginávamos... Eu também acho que seria... Claro... Tenho certeza disso... Ficaria lindo mesmo... Tudo bem... Eu aposto que ela vai concordar. – A Liza disse e olhou para mim.
– Ela quem? – Perguntei quando passei perto dela.
– Shhh. – Ela resmungou.
A conversa no celular continuou enquanto eu me afastava para olhar o banheiro e a cozinha. Não estava entendendo nada mesmo e não adiantava ficar perguntando, ela só me contaria depois. A pia e a torneira da cozinha eram desastrosas, eu teria que trocar aquilo tudo. O banheiro era minúsculo, mas de alguma forma, além do chuveiro elétrico dentro de um pequeno box, tinha uma banheira velha de pé que parecia ter vindo direto da época das fazendas de café, quando a sinhazinha se banhava dentro do quarto. De certa forma ela seria charmosa se recebesse um tratamento adequado. O piso era horrível, cheio de lajotinhas que faziam um desenho brega no meio. Aquilo ali teria que sumir de algum jeito. Era horrível e estava todo manchado.
Enquanto eu sonhava com uma reforma milagrosa e barata, a Liza continuava no celular e foi olhar pela janela. Contou que era perto da praia de Copacabana e pelo que puder perceber o editor gostou de saber. Não entendi o que aquilo tinha a ver com o meu estúdio, então fiquei sentada sobre uma pilha de latas de tintas a esperando.
– Você vai surtar, Pam. – A Liza disse me abraçando assim que desligou o celular.
– O que está acontecendo, amiga? O que isso aqui tem a ver com a sua revista? Pelo que eu sei, esse monte de poeira e latas jogadas no canto não é arte... Sem falar naquele banheiro.
– Aí que você se engana, minha amiga. Mandei as fotos que tirei para o meu editor e ele adorou. Disse que é raro conseguirmos um espaço tão bom para trabalhar nessa área.
– Peraí, vocês vão comprar isso aqui? – Perguntei ainda confusa.
– Acorda menina. Você não está ouvindo o que eu estou falando? – Ela perguntou rindo.
– Eu acho que não.
– Você vai comprar... Mas nós vamos decorar. – Ela me contou.
– Hei! Lembra... Não posso bancar isso.
– Você não vai... Nós vamos, se você quiser... Claro.
– Como?! – Arfei.
– O editor me disse que seria um trabalho incrível. – Ela começou a me contar enquanto andava pelo estúdio. – Provavelmente umas seis páginas inteiras da revista mostrando todos os detalhes da reforma, desde o primeiro dia.
– Dá para você ser mais clara? – Pedi.
– Acompanha meu pensamento. – Ela falou e começou a me explicar tudo com detalhes. – Eu trabalho em uma revista de decoração de ambientes, certo? Os decoradores pagam para que suas criações saiam na revista, e isso é mais do que uma propaganda, é uma garantia de dezenas de clientes riquíssimos atrás deles querendo as suas criações, alguns até querem idênticos aos retratados. Se você permitir, o que acho que você seria louca de recusar, nós bancaríamos toda a reforma e decoração do apartamento. Bem, uma equipe inteira de encanadores, eletricistas, decoradores e designers fariam tudo sabendo que o trabalho deles seria todo detalhado na revista. Cada peça, cada item seria mostrado e indicado onde foi comprado e como foi instalado. Para eles essa reforma não custaria dez por cento do que eles lucrarão com a propaganda. Nós tiraríamos fotos de cada cantinho, desde a reforma até depois com o estúdio pronto. Isso aqui é um achado, Pam. Artistas moram assim, com tudo conectado.
– Você só pode estar brincando comigo! – Gritei. – Claro que quero!
– Você só precisa comprar o estúdio. – Ela disse enquanto eu a abraçava.
– Nós temos que comemorar.
– O que você sugere?
– CHOCOLATEEEE! – Gritamos juntas e rimos muito.
Saímos do estúdio e fomos direto para uma doceria perto. Enquanto dividíamos uma fatia de torta de brigadeiro, a Liza continuava a me contar como imaginava que o estúdio iria ficar. Ela estava muito animada e transmitia aquilo para mim.
– Sei que pode parecer brega, mas gostei daquela banheira. – Disse esperando que ela viesse com o papo de que uma hidro seria mais moderno, mas me enganei.
– Também gostei. – Ela me surpreendeu ao dizer. – Claro que ela precisará de uma reforma, trocar o encanamento... Seria dourado!
– Também pensei nisso. E trocar os pés!
– Acho que seria melhor comprar outra no mesmo estilo. Vou levar isso para a equipe que vai cuidar do banheiro.
– Será que eles vão aceitar?
– Acho que não tem por que não aceitarem. – Ela me disse confiante. – A banheira vai ditar o estilo que o banheiro terá. Já estou até imaginando o modelo do chuveiro e da ducha que usarão.
Tive muita sorte na compra. Dois dias depois de ver o estúdio e da Liza me contar que tudo seria feito pela revista, me reuni com o proprietário na imobiliária. Ele contou que estava mesmo querendo livrar-se do imóvel para poder viajar e aceitou minha proposta de cara. Foi uma maravilha, ele nem contestou. Mesmo super feliz e satisfeita, fiquei meio preocupada com toda aquela boa vontade.
– Sei lá, Liza. – Sussurrei quando o homem foi buscar uns documentos. – Deve ter algo errado com o imóvel. Está fácil demais.
– Por quê? – A Liza sussurrou.
– Aquilo vale muito mais, amiga. É Copacabana. Não estou acreditando muito nisso. Sei lá, está estranho.
– Você e essa mania de achar que tudo está estranho. Acredite, Pam. – A Liza me disse enquanto esperávamos.
– Não sei, está tudo fácil demais. – Resmunguei.
– Já mandei um pessoal lá para conferir o encanamento e ver se a parte elétrica está certa. Esse cara só quer se livrar disso para poder viajar.
– Tem certeza?
– Falei com o porteiro. – Ela cochichou no meu ouvido. – Ele me disse que o cara casou com uma mulher rica e está indo para a Europa. Ele não está nem aí. Se você oferecesse a metade era capaz dele aceitar.
– Você devia ter me dito isso antes. – Ri ao dizer, muito mais tranquila.
Em relação à documentação estava tudo realmente certo. Dudu, um amigo que tinha uma empresa de advocacia e que cuidava também de documentação e aluguel de imóveis verificou para mim.
– Nem acredito que vou ter meu cantinho. – Disse feliz quando o Dudu me garantiu que estava tudo certinho.
– Te falei que daria tudo certo. – A Liza me disse.
– Sei lá... É que tudo era ...
– Já sei... Tudo estranho. – A Liza disse rindo me interrompendo.
– Mas era mesmo. – Brinquei.
– Você deu sorte, só isso. – Ela disse e me abraçou. – E ter uma amiga na revista também contou.
– Te adoro. Não conseguiria isso sozinha.
Tudo ocorreu bem. Assim que foi dada a entrada na documentação da transferência de propriedade do estúdio tive uma reunião com o editor da revista. Ele queria saber o que eu imaginava para o lugar e também o que eu precisava.
– Pam... Apesar de estarmos bancando toda a reforma do estúdio, o lugar é seu. – O editor da revista me disse. – Preciso dizer a eles o que você precisa senão eles irão enlouquecer e não será bom que isso aconteça. Eles exageram e pode não ser funcional para você.
– Não preciso de muita coisa, seria complicado para manter. – Disse.
– Me diga, sem medo. São os decoradores e a equipe de reforma quem vai bancar isso. Pode pedir o que quiser.
– Bem... – Murmurei confusa.
– Basicamente, do que você precisa? – Ele me perguntou e começou a anotar.
– Tudo bem... Uma cama de casal, um espaço para trabalhar onde eu pudesse colocar meu note, scanner, modem, impressora... Essas coisas. A Liza sabe do que preciso. Um sofá para receber as visitas, TV, DVD, som... A Liza falou em microondas e depurador para a cozinha, para não engordurar o ambiente. Comentei com ela que achei a banheira um charme, ela falou que talvez esse pudesse ser o tema do banheiro.
– Ela me falou. Também gostei. – O editor comentou.
– Acho que é isso. Não entendo muito dessas coisas. Só tem que ser tudo muito prático, fácil de arrumar e manter. Moro sozinha e não mantenho ninguém para me ajudar a cuidar de tudo.
– Vou passar tudo para eles hoje mesmo, já tenho os prováveis decoradores. Assim que a notícia se espalhou na revista recebi vários telefonemas. Esse pessoal adora pegar um ambiente cru como o seu.
– Nem sei o que dizer... Muito obrigado. – Disse apertando a mão do editor.
– Obrigado você, por ter aceitado.
A cada dia em que algo novo era feito no estúdio, a Liza me contava. Foi uma semana só para que a fiação fosse trocada, meia para que o piso do banheiro fosse retirado e um novo colocado junto com o revestimento. Ela só me contava, não me deixava ir até lá, dizia que seria uma surpresa... E foi.
– Fique com os olhos fechados. – A Liza me disse na porta do estúdio, nem aquilo ela deixou que eu visse.
– Você está me matando de ansiedade. – Resmunguei, mas sorria.
– Falta pouco. – Ela disse quando ouvi o barulho das chaves.
– Anda logo! – Resmunguei batendo o pé no chão. – Você está se divertindo às minhas custas, Liza!
– Ok, pode abrir agora. – Ela disse e tirou a mão dos meus olhos.
Eu não conseguia dizer nada, estava tudo lindo e perfeito. Comecei a caminhar pelo lugar e não acreditava que aquele monte de poeira pudesse um dia se tornar o meu lar. Toquei no tecido do sofá fofo, na pia de granito negro na cozinha, a porta do meu banheiro, que tinha ficado perfeito. A banheira nem parecia à mesma.
– Eu nunca conseguiria isso sozinha. – Disse abraçando a Liza. – Você é incrível, obrigado... Obrigado... Obrigado.
– Você tem que agradecer ao editor que autorizou isso. – A Liza dizia enquanto eu beijava o rosto dela.
– Eu vou. – Disse a largando para conferir cada cantinho.
Depois de uns dois meses e meio da primeira vez que eu pisei no estúdio todo empoeirado, finalmente eu estava me mudando. Foi um sucesso. Assim que as fotos para a revista foram tiradas, dois dias depois de Liza ter me mostrado como havia ficado e as minhas coisas encaixotadas, aquele lugar se tornou o meu refúgio. No primeiro final de semana depois de eu ter me mudado dei uma pequena festinha e reuni os meus poucos amigos para conhecer.
– Amiga, isso aqui é o máximo! – A Sandrinha arfou ao chegar para a festinha.
– Agradeça à Liza, ela que conseguiu isso tudo. – Disse.
– Mulher, você é sortuda mesmo. – A Dani brincou no seu melhor estilo. – Caramba, Pam! Ficou ótimo! Nem parece aquele buraco empoeirento de antes.
– Hei! Não chama a minha casa de buraco empoeirento não. – Eu ri ao dizer.
– Só tem um detalhe. – A Sandrinha parou com o dedo levantado para dizer. – Onde você vai colocar o berço das crianças?
– E quem disse que terá criança nesse lugar? – Brinquei.
– Tá bom amiga, era o que a gente dizia. – A Dani disse.
– Agora só falta levar o papagaio quando a gente viaja. – A Sandrinha riu ao comentar.
– Tá bom. – Debochei. – O dia que eu me amarrar a gente comemora com uma big torta de chocolate, tá?
– Vamos cobrar. – A Dani e a Sandrinha disseram juntas.
Estava todo mundo lá, os meus melhores e eternos amigos de infância, os mais chegados e que eu não perdi contato mesmo depois de muitos anos. A Dani, a Sandrinha, o Alê, o Dudu, o Carlinhos, o Lu, a Fabi, a Betinha e a Liza, responsável por tudo aquilo. Assim que ela chegou foi cercada pelos meus amigos, principalmente as amigas pedindo dicas de decoração. Brincando, elas compraram exemplares da revista para autografar, foi super divertido. Os meus pais adoraram o lugar, ficaram encantados e agradeceram muito a Liza por tudo que ela havia feito por mim.
– Nós nunca poderíamos lhe dar tudo isso, minha filha. – A minha mãe me disse no final da festinha. – Você tem que levantar as mãos para o céu e agradecer por a Liza ter entrado na sua vida.
– Sei disso, mãe. – Disse.
– E você minha querida. – A minha mãe disse à Liza. – Muito obrigado. Um dia quero conhecer esse editor que autorizou isso tudo, ele foi muito generoso.
– Um dia a Senhora vai conhecer. – A Liza brincou. – Mas pode deixar que falo com ele que vocês aprovaram.
A minha família não era rica, na verdade o meu pai já era aposentado. Ele deu muito duro na vida para conseguir juntar dinheiro para poder comprar a sua casinha na Região dos Lagos, aquilo lá era um sonho para eles. Os meus pais faziam o possível para me dar a melhor educação possível, dentro das nossas possibilidades como meu pai dizia.
– Pelo menos você teve uma boa educação, minha filha. – O meu pai me disse num domingo em que eu estava com eles em Búzios. – Um emprego como o que você tem, com toda aquela facilidade de horário, não se consegue fácil.
– Bem, pelo menos aquele acidente serviu para alguma coisa. – Brinquei.
– Não diga isso, minha filha. – A minha mãe disse aflita.
– Desculpe, mãe.
– Vamos esquecer isso, está bem? – Meu pai pediu.
– Tenho que ir. – Disse colocando meu capacete.
– Cuidado nessa estrada, filha. – Minha mãe pediu.
– Eu sempre tenho, mãe. – Garanti quando dei a partida na moto.
– Por que você não vende esse troço? – Meu pai reclamou ao pedir.
– Por que eu adoro correr. – Disse rindo e antes que eles pudessem reclamar pisei no pedal da marcha e acelerei.
– Pamela! – Meu pai resmungou.
– Ligo quando chegar em casa. – Gritei já partindo.
Eu trabalhava numa empresa de multinacional de informática especializada em criação, manutenção e assistência à softwares para grandes empresas. Era um sonho trabalhar lá, e era perfeito para mim. Como a empresa precisava funcionar on line vinte quatro horas por dia para atender todos os clientes no Brasil e em outros quinze países, necessitava de pelo menos três equipes se revezando, eu escolhi um turno que só começava quase ao meio dia, fora do horário do rush. Dava tempo de nadar de manhã cedo e ainda sobrava para resolver os meus problemas. Lá pelas oito da noite eu voltava para casa sem pegar um engarrafamento ou ia ao shopping. A empresa ficava localizada na Barra da Tijuca, a mais ou menos vinte minutos de carro da minha casa, isso se eu não pegasse um engarrafamento ou tivesse um acidente no caminho.
Eu nem pensava em trabalhar com informática até o final do segundo grau, foi uma amiga que me convenceu a seguir esse caminho depois de ver um prospecto de uma faculdade e como sabia que a minha seria paga, me convenceu a fazer um curso antes para ver se eu ia gostar, o que aconteceu. Até os meus quinze anos, na minha casa, não tínhamos computador e eu nem me interessava muito já que não tinha acesso, não fazia ideia do que acontecia fora do meu mundo. Meu ciclo social girava basicamente entre os amigos da escola e do clube, além da família e os amigos de meus pais, mas a minha vida mudou completamente quando voltei da viagem e conheci a Liza. Eu tinha quinze anos e tinha acabado de voltar da Europa com os meus pais. Era uma viagem de comemoração pelos meu aniversário, mas foi desastrosa... Pelo menos o final. (...)

sábado, 19 de janeiro de 2013

Terra - Capítulo I

Seja bem vindo ao segundo volume da Série Águas.
Um novo lar, um novo mundo.


Da noite para o dia, Pam se vê completamente envolvida em uma nova cultura, sendo aclamada como a nova Rainha de Águas. Uma Rainha forte e poderosa, adorada e venerada por um povo mítico.
Patrick revela a cada dia, a profundidade de todo seu amor e novos segredos são revelados. Pamela passa a conhecer realmente com quem se uniu. Um Ser forte, possessivo e que a ama mais que a própria vida, mas que também esconde segredos.

Nem tudo é perfeito nesse novo mundo.

Da mesma forma que a chegada de Pam trará a Águas beleza e prosperidade, ameaças rondarão a Rainha e aquele mundo. A filha da terra, a prometida e esperada, precisará de proteção, e somente com a ajuda de um exército de protetores, Patrick poderá salvá-la.



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LEIA O INÍCIO DE TERRA.



Pam
 NOVO LAR

J
á havia se passado mais de uma semana da nossa chegada em Águas e eu me esforçava para me inteirar de tudo, me ambientar também. Prestava atenção em cada coisa que eu via e ouvia. Lia os livros que contavam a história daquele povo, do meu povo, para tentar entender melhor onde eu vivia. Desapontar Patrick e a sua família era a última coisa que eu queria.
Mesmo depois de todas as juras de Patrick, parte de mim ainda temia a dor da perda que não tinha acontecido. Eu o amava mais que tudo e pensar em perdê-lo sempre me fazia sofrer demais. Tinha medo cada vez que saíamos de casa para o almoço na casa do Camiro, imaginava  que eu poderia encontrá-la ao virar uma esquina ou ao abrir uma das janelas de casa. Achava que ela estava me observando, me criticando pelas costas, me julgando, incitando os outros a nos comparar, a mostrar como ela era melhor do que eu, a humana frágil que não sabia se controlar.
O episódio do meu segundo dia em Águas foi o comentário da manhã do terceiro dia. O celular de Patrick não parava de tocar, até que ele atendeu. A família dele queria notícias, queriam saber o que tinha acontecido comigo no primeiro almoço na casa do Camiro. Ele pensava que eu estava dormindo, e eu também não tinha certeza se aquilo era um sonho.
– Ela ouviu alguém comentar sobre uma prometida, Acalântis. – Patrick disse ao celular. – Não sei quem foi e ela provavelmente também não sabe... Foi sim, muito difícil... Não sei se é uma boa ideia, Acalântis... Eu sei, mãe. Mas... Tudo bem, mas me dê um tempo com ela primeiro... Mas, mãe. Tudo bem, espero vocês.
Eu não sabia exatamente o que ele tinha falado com Acalântis, nem sabia se tudo aquilo era real, a minha mente estava muito confusa ainda. A única coisa certa era que eu teria que enfrentar a família dele em pouco tempo.
– Bom dia, minha Sereia. – Patrick disse ao beijar o meu ombro.
– Bom dia. – Murmurei. – Vamos receber visitas?
– Minha mãe está aflita querendo muito conversar com você, meu amor. – Ele disse e me virou para ele. – Mas só se você quiser.
– Que horas eles chegam? – Perguntei com medo e vergonha.
– Não precisa se envergonhar de nada, meu amor. – Ele sussurrou e me abraçou, reagindo aos meus pensamentos.
– Foi uma cena deplorável. – Disse e escondi meu rosto.
– Você me ama? – Patrick sussurrou a pergunta e eu assenti. – Então nada mais me importa, Pam. Estaremos juntos.
Do mesmo jeito que o que aconteceu no dia anterior firmou mais em nós o nosso amor, deixou claro o meu ponto fraco. Patrick fazia de tudo para que eu me sentisse tranquila, mas foi quase impossível. Assim que descemos busquei no pomar umas frutas para nosso café, enquanto Patrick nos fazia um suco, mas tomamos nosso café quase em silêncio. Ele não me forçava a nada, apenas me olhava. Eu não conseguia tirar da minha mente a vergonha que o fiz passar perante toda a ilha, mas principalmente com a sua família. Ele não se cansava de me pedir para esquecer.
– Vou fazer as que falaram essas calúnias... Essas coisas que te entristeceram daquela forma, se retratem com você, minha menina. – Acalântis me disse assim que Patrick permitiu que parte da família dele entrasse em nossa casa. Só vieram os pais dele e Camiro.
– Por favor. Não quero saber quem foi. Não sei quem foi. – Pedi abraçada ao Patrick, sentada em um dos sofás da sala.
– Minha mãe... – Patrick pediu. – Vamos tentar esquecer isso.
– Não posso aceitar que ela tenha sofrido tanto e ainda esteja sofrendo dessa maneira, meu menino. – Acalântis insistiu. – Ela é a sua Rainha e de todos nós. Não merece esse sofrimento.
– Justo no nosso primeiro almoço juntos. – Camiro se lamentou.
– Me desculpem. – Disse sofrendo mais pela vergonha que os fiz passar.
– Você não fez ninguém passar vergonha, Pam. – Patrick disse segurando meu o rosto entre suas mãos.
– Como não? – Disse olhando para ele. – Foi ridículo, eu devia ter me controlado. Que droga de Rainha eu sou?! Que porcaria de esposa eu sou?!
Corri para o meu quarto ouvindo Patrick me chamando às minhas costas. Eu estava com muita vergonha pelo que tinha acontecido. Ele veio atrás de mim e eu podia ouvi-lo longe no corredor enquanto eu ficava na varanda do meu quarto olhando o mar, sofrendo de novo, tentando me controlar para não enlouquecer novamente.
– Deixe que eu fale com ela, Piaso. – Ouvi Acalântis pedir.
– Ela está sofrendo demais, mãe. Não queria isso. Era para ela estar feliz aqui. – Ele disse do lado de fora do quarto. Patrick também estava sofrendo com aquilo.
– Tenha paciência com ela. Desça, fique com seu pai e seu avô. – Acalântis pediu.
– Cuide dela para mim. Faça-a entender como eu a amo. – Patrick pediu aflito.
Eu sentia muita saudade da minha mãe e das minhas amigas naquela hora, queria um colo para chorar e me consolar, alguém para me dizer que tudo ia acabar bem, que foi apenas um pesadelo. Queria o sorriso de acalento da minha mãe e o sorriso da Dani que sempre levantava meu astral.
– Posso me juntar a você, minha menina? – Acalântis me perguntou ao se aproximar.
– Claro. – Disse. – A casa é sua.
– Não, não é. É sua. – Ela me disse e acariciou meus cabelos. – Piaso sonhou muito com o dia em que você finalmente entrasse por essas portas.
– Ele me disse.
– Eu queria pedir desculpa. Eu sou a culpada de tudo isso. – Acalântis me disse depois de alguns segundos. Olhei confusa para ela. – Quando eu descobri que estava carregando Piaso comecei a planejar seu futuro. Tudo o que eu queria era que tudo de melhor acontecesse em sua vida.
– Toda mãe quer isso. – Eu disse.
– Eu sempre tive muitas amigas e uma delas também tinha engravidado pouco tempo depois que eu. Começamos a imaginar como seria perfeito se nossos bebês crescessem e formassem um casal. Coisa de mãe, você vai entender um dia. Imaginávamos que se eles se amassem seriam os novos Reis de Águas. Os astros haviam acabado de indicar que Piaso seria o novo Rei e que ele seria muito feliz. – Ela foi me contando. – Quando a notícia se espalhou muitas se aproximaram de mim querendo que os astros indicassem se a filha de uma delas seria a nova Rainha. Essa, até então minha amiga, começou a comentar que Piaso era prometido da filha dela, mas em momento nenhum os astros indicaram nada.
– Mas...
– As coisas foram acontecendo, minha menina. – Acalântis me cortou se lamentando, provavelmente imaginando que eu iria argumentar. – A menina foi crescendo achando que realmente aquilo era verdade, mas ele nunca se interessou por ela realmente. Eu mesma tive uma conversa com ela, tentei explicar que era tudo um engano, que não havia confirmação.
– Mas ela acha que tem direito sobre ele. – Disse sofrendo.
– Eles cresceram juntos, eram amigos. – Acalântis disse e aquilo me fez sofrer mais.
“– Eu amo somente a você, minha Rainha. Você é única que eu amei.”. A voz de Patrick invadiu a minha mente.
– Eles namoraram? – Perguntei e as lágrimas escorriam no meu rosto. – Ele algum dia tentou amá-la? Ele algum dia a amou? Ela o amava? Ela me odeia?
– Minha menina...
– Eu tomei o lugar dela. Isso aqui não devia me pertencer, eu nem devia estar aqui. – Sofri mais quando vi que começou a chover, aquele clima sempre me abalava. – Eu o amo demais, mas não porque ele vai ser ou já é o novo Rei de Águas, ou por que ele é neto de um Ancião. Eu amo aquele homem que eu vi pela primeira vez no mar há pouco mais de um mês e que disse suavemente que me amava. Mas não quero ser responsável pelo sofrimento de ninguém, principalmente o dele. Não quero que ele fique ao meu lado por causa de algo que os astros tenham dito ou por causa de uma estrela no meu peito. Quero que ele me ame pelo que eu sou.
– E esse é o único motivo por eu te amar, Pam. – Patrick me disse. Não tinha visto ele se aproximar.
– Você amou aquela menina por causa de uma estrela que surgiu em seu peito, você nem me conhecia. Se tivesse surgido no peito de qualquer outra e eu passasse na sua frente, você não me notaria. – Disse sofrendo a verdade que eu sentia.
“– Não diga isso, minha vida.”. Patrick pensava para mim. Ele estava sofrendo.
Eu estava sofrendo muito, mas tentava me controlar, não queria fazer outra cena, decepcioná-lo e envergonhá-lo mais. Estava cada vez mais difícil. A dor no meu peito estava voltando.
– Se a estrela não tivesse surgido no meu peito naquele dia talvez você estivesse em algum lugar com ela agora. – Sussurrei. – Você poderia até ter me salvo porque você é um bom homem, mas não teria me amado.
– Por que você diz isso, minha menina? – Acalântis me perguntou enquanto eu olhava fixo para Patrick e meus olhos brilhavam negro, como os dele. Ele não dizia nada.
– Por que eu não sou nada, não tenho nada em mim que possa atraí-lo, Acalântis. – Disse soluçando. – Nada além de uma estrela no meu peito.
– Isso não é verdade. – Patrick sussurrou segurando meu rosto entre suas mãos. – Eu amo aquela que me protegeu em Búzios quando descobriu que algo pudesse chamar atenção para mim. Você nem sabia do que se tratava, mas mesmo assim fez e apenas dois dias depois de me conhecer. Amo aquela que ficou horas cuidando de mim quando apaguei por causa do café. A que foi maravilhosa e deu ordens para que os protetores fizessem tudo que ela mandou. Amo aquela que se colocou na minha frente na praia, colocando a vida em risco para proteger a minha quando aquele mortal pensou realmente em atirar em mim.
– Isso tudo aconteceu em terra? – Acalântis arfou.
– Sim. – Patrick confirmou, ainda olhando nos meus olhos.
– Eu te amo tanto. – Disse me abraçando a ele. – Eu faria tudo de novo.
– Pare com isso. Eu nunca amei essa que diziam que seria a minha prometida. – Patrick disse.
– Não! – Gritei e um raio caiu na montanha atrás da casa. Tapei meus ouvidos, não queria ouvir aquilo sair da boca de Patrick e ele me abraçou forte.
– Minha querida. – Acalântis disse e acariciou meus cabelos. – Eu te entendo. Se ouvisse Acrísio dizer que um dia houve uma prometida para ele eu também sofreria, mas ele só quer dizer que nada daquilo é verdade. Foi apenas uma história que começou com uma conversa entre amigas, uma história que tomou proporções que ninguém esperou.
– Eu sempre amei você, Pam. – Patrick sussurrou. – Desde o primeiro dia em que te vi.
– Mas por causa da estrela. – Disse olhando para ele.
– Lembra-se do que te disse quando a nossa estrela brilhou junto pela primeira vez, mesmo quando eu não toquei em seu peito? – Ele me perguntou.
– Conforme o amor entre nós for crescendo, nossas luzes brilharão cada vez mais forte a cada centímetro que nos aproximarmos. – Repeti as palavras dele.
– Se eu não te amasse de verdade elas não brilhariam, minha vida. – Ele me disse, enxugando as minhas lágrimas.
– Mas...
– Meu amor nunca foi falso. – Ele disse respondendo aos meus pensamentos. – Ele não surgiu com o tempo, por causa das fotos ou por causa da estrela em seu peito. Se fosse não resistiria a treze anos de espera. Eu cansaria ou desistiria. Os obstáculos eram enormes. Você teve outros que tentaram te fazer feliz.
– Eu não sabia. – Disse.
– Ele nunca foi paciente, minha menina. – Acalântis me contou. – Só esperou todos esses anos porque realmente te ama.
– Não consigo tirar essa história da minha cabeça. – Disse sofrendo para eles. – Acho que ela virá um dia aqui reivindicar o que deveria ser dela... Você, Patrick.
– Eu nunca fui de ninguém como sou seu, meu amor. – Patrick prometeu e me abraçou.
– O tempo vai curar essa ferida, minha menina. Sei que ela está muito recente e está doendo, mas vai passar. E se um dia alguém ousar e vier a repetir aquelas coisas para você. – Ela disse e afastou os meus cabelos do meu rosto. – Mostre essa coroa em sua testa. Ela não está aí por que você se uniu à Piaso, mas porque ele se uniu a você.
– Não entendi. – Disse para ela.
– Ele só será, quer dizer... Ele só é o Rei de Águas porque você é a Rainha. – Acalântis me disse. – Não o contrário.
– Quer dizer que se ela se apaixonasse por outro Ser de Águas, ele seria o Rei? – Patrick perguntou e Acalântis assentiu. – Mesmo se ele fosse apenas um Ser de Águas e não como eu, imortal e neto de um Ancião?
– Isso te deixa triste? – Perguntei a Patrick.
– Não... Pelo contrário. – Patrick sorriu ao dizer. – Isso só mostra como nosso amor é verdadeiro. Porque você era a prometida, você seria a Rainha mesmo que não se unisse a mim. Na verdade, eu é que devia me cuidar para merecer o seu amor.
– Não seja ridículo. – Arfei.
– É verdade. Você é a Rainha disso tudo. – Patrick disse e gesticulou para o mar. Naquela hora vi que havia parado de chover. – Sou apenas o servo mais sortudo do mundo.
– Está mais calma, minha menina? – Acalântis me perguntou e eu assenti. – Fico muito feliz em ver a profundidade do amor de vocês. Nunca duvide disso.
– Me desculpe por essa cena. – Pedi a eles. – Não consegui me controlar.
– É tudo novo em você, e as emoções são muito intensas na nossa espécie. Você tem poucos dias nessa nova vida, é normal. – Acalântis me disse.
– Não sei com que cara vou descer. Acho melhor ficar por aqui mesmo. – Disse baixando minha cabeça.
– Não é necessário. Camiro quer falar com você. – Patrick me disse e fiquei com medo de tomar uma bronca por causa do meu comportamento, ou fazê-lo passar mais vergonha. – Isso aqui não é a escola, Pam.
Abraçada a Patrick, descemos para eu encarar meu sogro e o avô dele. Eu estava apavorada, com medo do que ia ouvir, não sabia o que esperar. Somente a presença de Patrick me dava forças.
– Está mais calma, minha Rainha? – Camiro me perguntou e fiquei confusa. – Sei que Acalântis te contou, ela estava ansiosa para que você soubesse. Por isso viemos aqui assim que soubemos do que havia acontecido.
– Não entendo como isso pode ter acontecido se eu era... Mortal. – Disse a ele quando Patrick fez com que eu me sentasse.
– São coisas do universo, minha Rainha. – Camiro me disse.
– Não me chame assim. O Senhor é um homem tão importante e sábio, eu sou apenas...
– A nossa Rainha. – Camiro completou. – Sei que é recente e você ainda não absorveu tudo nem aprendeu a controlar as suas emoções. Fazia anos que eu não via uma tempestade como a de ontem, e uma chuva repentina como essa que acabou de acontecer.
– Foi ela? – Patrick perguntou e Camiro assentiu.
– Apenas um dos dons de uma Rainha. – Camiro contou.
– Meu amor. – Patrick disse e me beijou. – Não me canso de dizer como você é maravilhosa, é incrível como as coisas funcionam com você.
– Eu fiz aquela tempestade de ontem? – Perguntei e Patrick assentiu.
– Lembra quando você teve aquele sonho no iate, um dia antes do sequestro? – Patrick perguntou e eu assenti. – Lembra como ventava? Pelo visto foi você que fez aquilo.
– Ela provocou uma tempestade antes de se unir a você aqui? – Acrísio perguntou a Patrick.
– Não uma tempestade, mas o mar ficou agitado e ventou bastante. E se eu tiver razão, isso aconteceu outras vezes, como no primeiro dia em que nadamos juntos depois de eu lhe dar o colar. – Patrick disse.
– O mar estava mais calmo. – Disse assustada. – Mas...
– Se eu fosse você, meu filho, andava na linha com a sua Rainha. Ela vai ser muito poderosa quando conseguir controlar todos os seus poderes. – Acrisio disse fazendo todos rirem, até mesmo eu.
– Como assim todos? Que poder? Do que vocês estão falando? – Perguntei confusa.
– Meu amor, você vai poder controlar muita coisa como fez ontem e hoje. Você fez chover, Pam. – Patrick me disse e beijou minha testa.
– Não é possível.
(...)